domingo, 27 de março de 2016

Arrocho sobre os pobres. É essa a cara do "Brasil do Golpe"

temerpici Ilustrada pela foto que vai acima e que dispensa comentários lombrosianos, o Estadão publica uma matéria com algumas linhas gerais do "programa econômico" do golpismo assanhado. O porta-voz de Michel Temer, Moreira Franco - figura nefasta que dispensa apresentações aos cariocas e fluminenses e que não se elege nunca mais prefeito aqui em Niterói - confirma que as "ideias" econômicas são semelhantes  às das medidas "anunciadas por Armínio Fraga, no próprio Estadão, em setembro passado. Como o jornal não as cita, cito eu:
  • Metas de saldo primário de 1%, 2% e 3% do PIB (para suportar o pagamento de juros mais altos, claro) para os próximos três anos, baseadas em premissas realistas e em receitas recorrentes (as metas atuais não estão sendo cumpridas e de qualquer forma são insuficientes).
  •  Aprovação da idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres (para gerações futuras) e reaprovação do fator previdenciário.
  •  Desvinculação do piso da Previdência do salário mínimo (a vinculação é cara e regressiva).
  •  Introdução de um limite para a dívida bruta do governo federal como proporção do PIB.
  •  Reforma do PIS/Cofins e do ICMS já proposta, acrescida da unificação e simplificação das regras do ICMS (por muitas razões, inclusive a integração interna do País).
  •  Mudança das regras trabalhistas também na mesa (em que o negociado se sobrepõe à lei).
  •  Aumento da integração do Brasil ao mundo (um primeiro passo seria transformar o Mercosul em zona de livre-comércio).
  •  Discussão sobre o tamanho e as prioridades do Estado (requer limite ao crescimento do gasto, o que, por sua vez, demanda as reformas abaixo).
  •  Fim de todas as vinculações e adoção de um Orçamento base zero (sem prejuízo de espaços plurianuais, nunca permanentes).
  •  Meritocracia e a boa gestão no setor público.
  •  Revisão da cobertura da estabilidade do emprego no setor público.
  • Revisão do capítulo econômico da Constituição (adotar a economia de mercado. Qualquer interferência do Estado deverá ser justificada e seus resultados posteriormente avaliados).
De novo, Moreira acrescenta mais uma pérola: reestruturação do SUS. E você acha que é para melhorar e gastar mais com saúde pública? Publica, não com as empresas de planos de saúde, feito a que comprou André Esteves - outro que soltaram rápido - e revendeu para os estrangeiros. Resumindo: arrocho sobre os trabalhadores, pobres, idosos, adesão às regras comerciais dos EUA, fim da estabilidade e terceirização de serviços públicos e, claro, cortes nos gastos subsidiados do Governo: saúde, habitação, financiamentos educacionais e, sem estardalhaço, o próprio Bolsa-Família. Contam com uma "folga" de tempo para fazê-lo, porque será inevitável que façam o que agora condenam, usar parte de nossas reservas cambiais para aliviar as pressões dos gastos e atender à fome de contrapartidas em projetos da base parlamentar a saciar. Quem pensa que o golpismo vem apenas para atender aos apetites políticos, tire o contracheque da chuva. Distribuição de renda, soberania econômica, desenvolvimento da infraestrutura  serão coisas do passado, pior até que depois do golpe militar. O único bom negócio que me ocorre para fazer no Brasil pós-golpe, se ele vier, além do alto mundo financeiro onde a gente só entra como vítima, será importar do Oriente Médio aqueles chicotes de autoflagelação e vender na Avenida Paulista para a classe média - a tola - que acha que está "salvando o Brasil" atirando-o aos lobos.

2 comentários:

Giuliano Cézar disse...

Olá Fernando,
você poderia abrir no blog um espaço para compartilhar a postagem no facebook e no G+?

Ignez disse...

Ainda bem que foi possível ler onde se pode encontrara seus posts. Desde ontem não conseguia abrir o TIJOLAÇO. Hoje, abri, copiei o último post "O ataque continua".Publiquei no Face. Logo a seguir, não foi possível acessá-lo mais.Caramba! A direita é patifaria pura! Não esmoreça! Nunca! Agora, nem pensar!